domingo, 3 de abril de 2011

Caio Fernando Abreu

"Eu sempre digo que eu posso ter uma solidão medonha, mas sempre vai haver um vasinho de flores num canto. A gente pode enfeitar a amargura."


"É fácil morrer. A toda hora, em todos os lugares, a morte está se oferecendo. Mais difícil é continuar vivendo. Eu continuo."


"Minha lâmpada de cabeceira está estragada. Não sei o que é, não entendo dessas coisas. Ela acende e, sem a gente esperar, apaga. Depois acende de novo, para em seguida tornar a apagar. Me sinto igual a ela: também só acendo de vez em quando, sem ninguém esperar, sem motivo aparente. Para a lâmpada pode-se chamar um eletricista. Ele dará um jeito, mexerá nos fios e em breve ela voltará a ser normal, previsível. Mas e eu? Quem desvendará meu interior para consertar meus defeitos?"


"E quem disse que a dor não te faz crescer?"


"Não tenha medo. Você vai encontrar um jeito certo, embora não exista o jeito certo. Mas você vai encontrar o seu jeito, e é ele que importa."


"Poucos ainda sorriem e olham nos olhos."

"Acho que a gente tem que vencer. Ou lutar. E ficar bem. Feliz. Criar. Fazer. Se mexer. Odeio autodestruição."

"Aí chega a hora em que distribuo um segredo: o tudo que faltava, talvez seja você."

"Hoje é dia de não tentar compreender absolutamente nada, não lançar âncoras para o futuro."

"Ele vai e resolve aparecer assim do nada, com palavras que ele sabe que de algum modo mexe com os meus sentimentos."

"Não fique pensando em mim, não fique esperando nada de mim, não invente estórias."

"Tudo isso, que é nada, subitamente parece tão absurdo e patético e insano e monótono e falso e sobretudo tristíssimo."

"Porque era a mim que ele chamava, porque era a mim que ele escolhia, porque era pra mim e só pra mim que ele abriria a sua porta."

"Podia ser só amizade, paixão, carinho, admiração, respeito, ternura, tesão. Com tantos sentimentos (…) tinha de ser justo amor, meu Deus?"

"Quando tudo começa a ficar igual todos os dias e você, sem perceber, começa a se movimentar como quem liga o automático."

"A gente se entrega nas menores coisas."

"Uma grande, uma enorme, uma devastadora falta de saco para qualquer pessoa."

"E substituimos expressões fatais como “não resistirei” por outras mais mansas, como “sei que vai passar”

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