quarta-feira, 25 de julho de 2012

Aritana B.G.



Eu tinha optado por ter a memória fraca, varria tudo pra debaixo do tapete ( aquilo que me machucava). Achava, eu, tolamente, que elas (as memórias cinzas) se apagariam pra sempre, mais cedo ou mais tarde. Tolamente, porque quando se trata de algo que te causou estrago, que te fez mudar a rotina, só pra não morrer de vez, não adianta. Vai ficar ali pra sempre. Pode ser que vire apenas um rabisco, um borrão ou uma espécie de rascunho, algo parecido com o inacabado, mas fica presente ali. Dói menos, não sangra, talvez só arranhe de vez enquando, mas fica sempre ali. E se não tiver sido superado, desgastado ( chorado, gritado, sofrido) até a última gota, isso sai debaixo do tapete e te assombra. Te "re-assombra". Porque assim como as alegrias, as dores também devem ser vividas até o fim. Sem drama, cada um tem o seu tempo de cicatrização.

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