segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Philip Roth

Estava lendo algo da Martha Medeiros,onde foi citado um tal de " Philip Roth". Fui pesquisar algo sobre o cara e.. descobri um trecho, muito interessante por sinal, que fala sobre a velhice. Achei muito, muito bacana mesmo, e resolvi publicar um trechinho. Espero que gostem e, quem sabe, aproveitem o gancho para conhecer novos escritores, jornalistas, enfim, que tomem gosto pela boa e velha leitura.

" (..) É importante traçar uma distinção entre o morrer e a morte. O morrer não é um processo ininterrupto. Se a gente tem saúde e se sente bem, é um processo invisível. O final, que é uma certeza, nem sempre se anuncia de maneira espalhafatosa. Não, você não consegue entender. A única coisa que você entende a respeito dos velhos quando você não é velho, é que eles foram marcados pelo tempo. Mas compreender só tem um efeito de fixá-los no tempo deles, e assim você não compreende nada. Para aqueles que ainda não são velhos, ser velho significa ter sido. Porém, ser velho significa também que, apesar e além de ter sido, você continua sendo. Esse ter sido ainda está cheio de vida. Você continua sendo, e a consciência de continuar sendo é tão avassaladora quanto a consciência de ter sido. Eis uma maneira de encarar a velhice: é a época da vida em que a consciência de que a sua vida está em jogo, é apenas um fato cotidiano. É impossível não saber o fim que o aguarda em breve. O silêncio em que você vai mergulhar para sempre. Fora isso, tudo é tal como antes. Fora isso, você continua sendo imortal enquanto vive."


Do livro " O Animal Agonizante"



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